quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Desafio do ensino no século XXI é abordar problemas sociais e ambientais

O principal desafio dos professores de Geografia e História é construir processos escolares que tenham ligação com os problemas sociais e ambientais. Esta afirmação foi feita pelo professor Xosé Souto Gonzales, da Universidad de Valencia, na Espanha, durante o seminário internacional “Desafios do Ensino de Geografia no Século XXI”, que começou ontem e termina nesta quinta-feira, dia 2, no auditório do Centro de Ciências da Educação (CED) da UFSC. “Precisamos ver com olhos críticos as estruturas e a própria burocracia escolar, e buscar novos modelos que não tolham a autonomia do professor”, ressaltou Gonzales, que à tarde, a partir das 13h30, falará sobre “A construção de uma unidade didática interdisciplinar”.


Fonte: AGECOM - http://noticias.ufsc.br/2012/08/02/desafio-do-ensino-no-seculo-xxi-e-abordar-problemas-sociais-e-ambientais/


Dentro da programação da manhã os inscritos no seminário discutiram em grupo como fazer um planejamento de aulas para o ensino fundamental nas áreas de Geografia e História e como, a partir disso, realizar a avaliação do que foi apreendido pelos alunos. Chamou a atenção que cada escola adota metodologias próprias, embora haja parâmetros nacionais para nortear o repasse e avaliação dos conteúdos.

Uma queixa recorrente é a de que os modelos adotados no Brasil são importados da Espanha, que por sua vez inspirou-se na matriz inglesa implementada pela ex-primeira-ministra Margareth Tatcher. Com isso, os livros didáticos, por exemplo, são os mesmos para todas as regiões do país, independente de suas características sociais, econômicas e culturais. Segundo o professor Xosé Gonzales, esse fenômeno também ocorre na educação espanhola, porque o governo, pressionado pela indústria editorial, impôs os conteúdos curriculares para cada série e os livros a serem usados em sala de aula.

Na essência, os problemas do ensino fundamental são idênticos nos dois países, onde o aluno é um elemento passivo e pouco varia o que o professor chama de “declaração de boa vontade”, ou seja, a definição de objetivos, conceitos, conteúdos e procedimentos pedagógicos. Não se leva em conta as competências e aptidões dos estudantes. Daí a pergunta feita pelo mestre: “Somos investigadores ou meros reprodutores da cultura hegemônica?”

Uma diferença é que na Espanha há conteúdos fixos de História, por exemplo, em cada série do ensino fundamental, ao passo que no Brasil é comum cada professor passar por cima do que é planejado, definindo programas próprios. Nos debates, alguns participantes do seminário disseram estar convencidos de que os currículos no Brasil também são influenciados por grandes editoras – muitas delas, estrangeiras, entraram nos últimos anos no país, assumindo o controle de redes nacionais.

Informações: Sandra Mendonça
Paulo Clóvis Schmitz/Jornalista da Agecom/UFSC
Foto: Wagner Behr/Agecom


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